Sabe aqueles momentos em que você está p* da vida, estressado, cansado, nada bem emocionalmente e sabe que tudo o que precisa é botar para fora? Pois é, Falando a Real, uma série de comédia do Apple TV+, me trouxe essa sensação – a de soltar a voz!
Nem todo mundo tem o dom de lidar com os seus problemas sozinho e da melhor maneira. É por esse exato motivo que vou à terapia a cada três meses e tento me abrir com alguém constantemente. E para deixar as coisas ainda melhores, coloco uma série de hobbies que eu sei que irão me trazer benefícios psicológicos e me deixar de boa com a vida.
Com dez episódios, Falando a Real é uma criação de Jason Segel, Bill Lawrence e Brett Goldstein, com um elenco que traz bastante emoção e humor. Na trama, Jimmy, interpretado por Jason Segel, o nosso eterno Marshall de How I Met Your Mother, é um terapeuta lidando com a morte da esposa. Diariamente ele vai ao consultório, escuta os pacientes e os tenta guiá-los para o caminho certo como todo bom profissional da sua área. O tenso, é que ele não vive os seus melhores dias e por isso ele acaba cruzando a linha e deixa as emoções, pela perda da esposa, e o estresse de tentar voltar viver à vida ao lado da filha Alice (Lukita Maxwell), da vizinha Liz (Christa Miller) e de seus colegas de trabalho Gaby (Jessica Williams) e Dr. Paul (Harrison Ford), o consumirem.
Cada episódio é bem curto, leva uma média 30 minutos, o primeiro está com 37 min, e logo de cara me senti preso na série (no trailer ainda). Essa é a segunda produção que eu vejo que tem esse ar psicológico, a primeira que eu vi foi O Paciente (Star+), com uma pegada totalmente diferente, pesada e nada de engraçada, porém, também possui dez episódios. Já na série da maçã, o que mais me atraiu e que me faz recomendar ela a partir de hoje, é que ela é bem mais humana e trata de algo complicado para muita gente, que é se abrir, de forma leve e divertida. Totalmente sarcástica.
Jimmy, é um cara que representa muita gente. Leva a profissão a sério, se preocupa com os outros e dá o seu melhor a cada dia. Mesmo com tanto julgamento às vezes. Mas ele está lá, tentando se manter de pé!
Ninguém pode caminhar sozinho
É claro que Jimmy também tem o próprio terapeuta dele, o Dr. Paul, os dois entregam muito na série, me diverti a beça nas cenas em que eles pareciam pai e filho brigando um com outro (eles não são parentes). Na verdade Paul é dono da clínica onde Jimmy e Gaby trabalham, e eles cuidam de Paul como uma figura paterna deles ou um mestre de psicologia que lhes têm muito a ensinar, ainda mais porque ele é diagnosticado com Parkinson. Atenção redobrada!
Mas a história em si roda em torno mesmo é de Jimmy, e como ele é capaz de aprender com os pacientes dele. É interessante, depois de entender como eles se sentem, Jimmy os ajuda como se ele estivesse dando conselhos a si mesmo, sempre como alguém que superou, ou está, superando o luto. O que eu mais gosto nele é que ele é um cara meio desengonçado, mas é gente boa. Além de um bom amigo com quem se pode contar! Algumas ações dele podem não ser as melhores, mas de certo modo ele entende isso e aprende em seguida.
Quinze minutos
Se me perguntarem qual o meu episódio favorito de Falando a Real, com certeza eu responderei "Quinze minutos", o terceiro episódio. É de lá que sai a técnica que só leva 15 min, ensinada pelo Dr. Paul, para nos fazer bem.
Funciona assim: você pega uma música, a mais triste da sua playlist e a escuta. Se permita ficar triste. Chora. Talvez, muito provável, alguém vá te interromper no processo, e esse é o momento mais legal da técnica. Quando você pensa que está sozinho na vida, vem alguém te procurar e você esquece que estava chorando, dá uma até uma sensação estranha. É bizarro, mas me identifiquei. Às vezes me sinto com vontade de querer ficar triste, e eu fico, e realmente, depois me faz bem!
Aqui vai uma entrelinha, quase no final da série, o episódio nove "Seguindo em frente", acabou ocupando a posição de melhor, por ser o momento onde todos começam a crescer de fato e deixar o passado no passado.
Meu paciente favorito
Acho que vale até eu dizer quem é o meu paciente favorito ali. Poderia ser o Sean (Luke Tennie), que é quem recebe mais atenção do Jimmy, mas é só porque ele foi expulso da casa dos pais pelo histórico de agressão dele. Também tem a Grace (Heidi Gardner), que sabe exatamente o que a faz mal, mas ainda sim ela tem problema de encarar a realidade, e não, não é ela. O meu paciente favorito é a Wally (Kimberly Condict), por uma atuação divertida de alguém que tem Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) e dificuldades de se abrir.
A arte de falar palavrão
Há uns meses, assisti uma série na Netflix, A História do Palavrão, com o Nicolas Cage, onde ela explica a definição de cada palavrão e do porquê de eles nos aliviarem ao serem pronunciados. Até hoje não terminei, mas recomendo. O que eu quero dizer é que, em Falando a Real, vez ou outra todo mundo fala um e ficou grudado na minha cabeça o "foda-se!".
Aliás, você já soltou esse hoje? Alivia demais! E ajuda a gente a se abrir mesmo quando não queremos.
Assim, não sei se esse texto foi uma crítica ou um desabafo comigo mesmo, mas espero muito ter te ajudado e recomendado uma boa série!
Foi bom escrever nesse blog e para falar de Falando a Real. Em julho eu trago um outro texto, mas vou focar em um outro tema - "amizade" - e com série pelo meio. Até lá!
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